Já caminhamos uma longa estrada com relação à exigência de quantidade de vaga nas escolas brasileiras. Mas ainda temos toda uma estrada a percorrer no que diz respeito à exigência de qualidade na Educação. O crescimento das matrículas no Ensino Fundamental, que resultou em sua quase universalização, não foi acompanhado pelo esforço e investimentos necessários para garantir a qualidade da aprendizagem.

A escola só cumpre seu papel, de fato, quando o aluno aprende. Não basta que a criança esteja matriculada na escola. A matrícula é apenas o primeiro passo para se assegurar o direito à Educação. O mais importante é garantir que a criança permaneça na escola, aprendendo, para que ela possa concluir os estudos e ter sucesso não só na sala de aula, mas na vida.

A Meta 3 do Todos Pela Educação mede o percentual de alunos que aprendeu o conteúdo adequado a cada série, e mostra que, em 2005, na 4ª série do Ensino Fundamental, somente 29,12% dos alunos sabiam o conteúdo de Língua Portuguesa e 20,41%, o de Matemática. Os resultados na 8ª série foram ainda piores, apenas 19,41% dos alunos sabiam o conteúdo adequado em Língua Portuguesa e 13,04% em Matemática.

A má qualidade do ensino tem quatro custos, dentre os quais é difícil definir qual o mais alto:
1. Humano: uma criança que chega ao fim do ano sem aprender o que devia, sofre um enorme impacto sobre sua autoestima, sua autoconfiança e seu autoconceito. É triste para uma criança chegar ao fim do ano e ver que seus esforços não valeram nada e ter que começar tudo de novo. Para uma vida ainda em seu início, essa experiência do fracasso costuma marcar para sempre.

2. Social: cada criança que abandona a escola, sem ter aprendido o mínimo necessário, é um brasileiro a mais despreparado para a vida. Um futuro cliente dos programas de assistência social, de cesta básica, de renda mínima e outros. Um desempregado, um subempregado ou potencial candidato a optar pelos caminhos da delinqüência.

3. Político: numa democracia, na hora de eleger os dirigentes ou de acompanhar o seu desempenho, o soberano é o povo. Um país que não educa o seu soberano estará sempre exposto a ser governado por políticos eleitos na base da exploração da miséria e da ignorância de grande parte dos seus cidadãos.

4. Econômico: os recursos desperdiçados com repetência e evasão, que refletem a ineficiência do sistema educacional, poderiam ser gastos no aumento da qualidade e da melhoria das condições do ensino.

O município é responsável prioritariamente pela Educação Infantil e pelo Ensino Fundamental, portanto, nessas eleições, cobre dos candidatos propostas concretas para a melhoria da qualidade da Educação em cada um das cidades brasileiras.


Fonte: Todos Pela Educação
www.todospelaeducacao.org.br