BOITEUX
                                                                                                                   
100 ANOS DE ENSINO SUPERIOR EM SANTA CATARINA
Ana Claudia Collaço de Mello
CEE/SC
06 de novembro de 2017

Neste ano de 2017, o ensino superior no Estado de Santa Catarina completa seu centenário. São cem anos fecundos e bem vividos de história e de legado, com o avanço e a expansão desse nível da Capital para todas as regiões estaduais.
Em 1917, José Boiteux, personalidade cultural, política e administrativa pelos serviços prestados a Santa Catarina, fundou o Instituto Politécnico, com cursos de Engenharia, Comércio, Farmácia e Odontologia, cuja sede foi o núcleo inicial da Universidade Federal de Santa Catarina. Por isso, atribui-se a esse homem, sempre à frente do seu tempo, o mérito por ter instalado os primeiros cursos superiores catarinenses. Dentre inúmeras ações, pode-se considerar sua última grande façanha a criação, em 1932, da Faculdade de Direito de Santa Catarina, seguida da Faculdade de Filosofia, em 1954, e da Faculdade de Medicina, em 1957.
A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com sede em Florianópolis, Capital do Estado de Santa Catarina, foi fundada em 18 de dezembro de 1960, com o objetivo de promover o ensino, a pesquisa e a extensão.
Em 1965, o Decreto Estadual nº 2.802, de 20 de maio, por inspiração de Alcides Abreu, cria a UDESC, na época chamada Universidade para o Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina. Os marcos iniciais são considerados a então Faculdade de Educação (FAED), criada em 1963, e a então Escola Superior da Administração e Gerência (ESAG), fundada em 1964, ambas em Florianópolis. Em 1990, a UDESC é desvinculada da Fundação Educacional de Santa Catarina (FESC) e reconhecida como universidade pelo Ministério da Educação (MEC). Assim, a UDESC ganha autonomia por meio da criação da Fundação Universidade do Estado de Santa Catarina, torna-se 100% pública e passa a ofertar ensino totalmente gratuito.
Mas os elogios e as comemorações dessa data tão significativa não se restringem a José Boiteux e aos Governadores Celso Ramos e Ivo Silveira, que apostaram em educação, pois muito há que se destacar acerca do ensino superior deste Estado promissor. Se hoje Santa Catarina sobressai no cenário nacional por sua economia, indústria, por seu desenvolvimento cultural, educacional, científico e tecnológico, é exatamente porque o ensino superior aqui prosperou.
A Universidade Regional de Blumenau (FURB), criada com a promulgação da Lei Municipal no 1.233, em 5 de março de 1964, foi a primeira instituição do movimento comunitário que resultou na construção do Sistema Fundacional de Educação Superior.
Na sequência histórica, o município de Tubarão foi contemplado com a Fundação Educacional do Sul de Santa Catarina (FESSC) em 1967, que passou à Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL). Em continuidade, Itajaí recebeu a hoje denominada Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) e o ensino superior em Santa Catarina foi se interiorizando com a criação das fundações públicas, instituídas por lei municipal e de direito privado. Importante lembrar que não são fundações particulares, são fundações públicas, cujo regime jurídico é de direito privado, quais sejam: UNIDAVI, UNIVILLE, UNESC, UnC, UNIFEBE, UNIBAVE, UNESC, UNIARP, UNIPLAC, UNOCHAPECÓ, UNOESC, USJ, Católica SC.
Nesse cenário, em 1974, as fundações educacionais já concentravam número expressivo de alunos e, no incremento do ensino superior, uniram-se para criar a ACAFE (Associação Catarinense das Fundações Educacionais), com a atribuição de planejar, articular e coordenar ações integradas dessas fundações.
Assim, nasce em Santa Catarina o modelo avançado do ensino superior que, por sua pujança e interiorização, hoje se estende por quase todo o território catarinense. Isso só foi possível pelo indispensável apoio das comunidades em que as instituições se inseriram. Daí o valor comunitário e participativo das instituições associadas à ACAFE, as quais realizam trabalho vigoroso na formação e qualificação do povo catarinense, com a diversificação da oferta de cursos e de vagas, inclusive com atendimento às necessidades regionais, desde a Pedagogia até a Engenharia Ambiental, transitando por todas as área do saber.
Ainda é preciso mencionar as duas instituições de ensino superior municipais e públicas, quais sejam: Centro Universitário Municipal de São José (USJ), criado em 2005, e Faculdade Municipal de Palhoça (FMP), fundada também em 2005.
O Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), antiga Escola Técnica Federal de Santa Catarina, com atuação no Estado desde 1968, oferece cursos superiores, tendo sido apontado pelo Ministério da Educação como o melhor centro universitário do País por dois anos consecutivos. Em 2008, 2009, 2010, 2012 e 2013, o IFSC (ainda CEFET-SC em 2008) ficou em primeiro lugar na categoria Centro Universitário do Índice Geral de Cursos do Ministério da Educação.
Até a Constituição do Estado de 1989, existia apenas uma instituição de ensino superior particular: a Associação Catarinense de Ensino (ACE) de Joinville. A partir de 2000, foi que Santa Catarina recebeu número vultoso de instituições particulares de ensino superior. Em 2017, são 39 instituições que, somadas a seus polos, atingem o número 74.
Convém referenciar a Associação de Mantenedoras Particulares de Educação Superior de Santa Catarina (AMPESC), entidade que representa mais de 89% do sistema privado de ensino superior catarinense.
Pelo exposto, este 2017 é marco para se comemorar os 100 anos de pioneirismo, qualidade e excelência do ensino superior em Santa Catarina.